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28.2.12
TERESINA NA DISTÂNCIA
O rio
palhoças nos beirais
pavios de castiçais
anos cinquenta
Teresina
dos incêndios corriqueiros
- lamúrias ao vento
Vermelha Tabuleta
Palha de Arroz ou Barrinha
na faísca mortal
da fênix
Bairros pobres
do puxa-encollhe
ancas nas ruas
e a vida porre
a escorrer pelo rio
O tempo andou devagar
Depois das enchentes
gente de todo lugar
Ah! - que a primavera não tarde
para as perdizes transparentes
Hélio Soares Pereira
em Passarela de escritores (coletânea)
Teresina: Edições Jacurutu, 1997
4.2.12
BARRINHA QUE JÁ SE FOI, João Ferry
Barrinha, minha Barrinha
Viraste Palha de Arroz!
A palha não era minha
O rio levou depois
O rio, assim como o vento,
Depressa doido ficou.
Não houve chuva a contento
E o rio também secou.
Quando houve chuvas a granel
O rio sem paciência,
Cumpriu seu triste papel,
Levou tudo sem demência!
Na Vermelha, do Laurindo
Tanta gente brincou lá,
Que a Vermelha foi caindo
Descendo pro Mafuá:
O Mafuá cresceu tanto,
Mas, fez tantas confusões,
Que se acabou por encanto,
Como os bons Três Corações
Buraco da Velha foi
Também zona de alegria
Mas, adeus Bumba-meu-boi
Busca-pés e cantorias
O querido barrocão
Que nos deu Doutor Boeiros
Sucumbiu-se, foi ao chão
Dando vida aos Cajueiros.
Minhas saudades, porém,
Confesso, não me dão trégua,
Quando na mente me vem
O sol da Baixa da Égua.
São Raimundo! São Raimundo!
Frautas, luar, sonho e farra,
Virou poeira no mundo
Trazendo após a Piçarra!
Poti Velho, Teso Duro!
Poções, Noivos, e o Pau-Dágua!
Vamos ver, se temos furo,
Sem ter choro, sem ter mágoa.
Catarina e São Joaquim
Matadouro e Pirajá
Passeios bons do Angelim
Já não existem por cá.
Já não tem rua do Amparo
Nem da Estrela, nem da Glória,
Tudo mudou sua história.
Ficou tudo ao desespero!
Tudo se foi - Retrocesso!
Com fonte rara e divina
Veio em seguida o progresso
Engalanar Teresina.
Pedro Silva! Hoje tudo
Tudo! Tudo é diferente!
Tudo é grande e não me iludo,
Só nós dois somos gente!
Até mesmo a Não-Se-Pode...
Também assim é demais!
A nossa alma não sacode,
Ai, nunca mais! Nunca mais!
em A GERAÇÃO PERDIDA
de M. Paulo Nunes
São Cristovão/RJ: Artenova
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