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2.1.13

PAISAGEM AMARELA





maria
todo dia
ia
de encontro ao cais.

trouxa na cabeça
ia maria lavrar planos
que há anos
o rio enxaguou.

levava um sorriso pálido
pra dar sentido
à roupa amarelada.



Wilton Santos
em CERCA DE ARAME
Teresina: 1979

PRETA MALUCA




preta, a virgem mais clara
da paissandu
deu pra exótica
quando sentiu
bater à porta
a velhice.

pintou na boca
agitou um fino
enquanto se enrugava
depressa se alegrava
da ativa...
- sonhava...



Wilton Santos
em CERCA DE ARAME
Teresina: 1979

CIDADE VERDE, Wilton Santos


quanta maldade
cidade verde
esta cidade!

fruto da ilusão medíocre
da razão insensata
na proporção da verditude
                                das fardas
amarrotadas, fedorentas e desbotadas
como é esta cidade.

...esta crueldade
amedronta os ratos.


Wilton Santos
em CERCA DE ARAME
Teresina: 1979

11.10.11

TERESINA, Wilton Santos


Teresina é um país à margem do Rio Parnaíba
onde Alice, Paris?
maravilha o sonho de meus irmãos

Teresina: Teresa e usina

Índias virgens versejam terreiros
batucam
tambores
a fogo. Afago:
Teresa Cristina é aqui
aqui dentro uma chapada em coriscos.

Teresina acorda com pardais
de meia
em meia hora passa ônibus pra Timon
besta tu se não vai ver
mercado velho
besta tu se não beber caldo de cana
a cana caiana das flores de Cuba
besta tu se não comer seriguela, sapoti, frito de porco
besta tu se não prosar nos olhos verdes da cabocla!


Wilton Santos
Poesia teresinense hoje
Teresina: FCMC, 1988

10.10.11

Wilton Santos - síntese biográfica


José Wilton Santos nasceu em Jenipapeiro (10/081955), Picos, atual Francisco Santos (PI) e faleceu em Teresina, no Piauí, em 2003. Poeta, compositor e professor. Licenciado em Geografia. Professor da rede estadual de ensino. Foi classificado em vários concursos literários, entre os quais: primeiro lugar no Concurso Torquato Neto de Poesia, promovido pelo C. A. e Departamento de Letras da UFPI (1980); primeiro lugar no Concurso de Poesia Falada na Praça e 1º Lugar no Concurso Prêmio da Costa e Silva de Poesia, ambos promovidos pela Secretaria de Cultura do Estado (1981 e 1982). Membro da União Brasileira de Escritores do Piauí. Foi um dos fundadores da União Piauiense de Escritores. Publicou: "Cerca de Arame" (1979); "Diadema" (1982); "Mosaico" (1991); "Ciclo Vital" (1993), “Lente de Contato” (1995) e “Academia” (1997), poemas. Participou dos livros "Postais da Cidade Verde" (1988) e de "Poesia Teresinense Hoje" (1988), organizado por Adrião Neto.